O Presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, revelou-se na sexta-feira “assustado” com a classe política portuguesa que “ainda não percebeu que o problema de Portugal não é o défice”.
Jardim discursava na inauguração do Sistema de Controlo e Vigilância do Tráfego e do edifício sede da ViaExpresso, no Funchal.
Chegado de Lisboa, onde participou no Conselho de Estado, Jardim afirmou estar “assustado”, mas não no sentido “de entrar em pânico”.
A justificação apresentada é dirigida aos políticos que ainda não entenderam qual o problema do país.
“Tenho a ideia de que a classe política portuguesa ainda não percebeu que o problema de Portugal não é o défice. O problema de Portugal é a economia, é preciso dar prioridade à economia, sem a qual não se resolve o défice,” explicou.
Num discurso de crítica para com o executivo de Sócrates, Jardim afirmou que Portugal esteve a viver “cinco anos numa fantasia”, onde as pessoas continuam a ter “memória curta” e “andam a brincar à esquerda e à direita”.
Pelo facto, o governante considera que Portugal pode estar à beira de uma solução que não está na Constituição Portuguesa.
“Se o país não encontrar soluções constitucionais para sair deste problema, mais cedo ou mais tarde, os senhores vão ver, que o que vai suceder a Portugal será uma solução que não está constitucionalmente prevista”, afirmou.
Instado, pelos jornalistas, a especificar qual seria a solução, ripostou: “Óbvio, Watson”.