A Assembleia Nacional da Guiné Equatorial aprovou, por maioria, o Português como terceira língua oficial do país, informaram fontes oficiais guineenses. À excepção de Plácido Micó, secretário-geral e deputado do partido Convergência para a Social-Democracia (CPSD), os restantes 99 parlamentares aceitaram a proposta defendida pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Francofonia, Eustáquio Nseng Esono.
Nseng Esono referiu aos deputados que o anteprojeto de lei que reconhece o Português como idioma oficial é “uma decisão política que está justificada pelos vínculos culturais e estratégicos que unem a Guiné Equatorial aos países lusófonos.”
O vice-ministro recordou que “a inclusão dessa nova língua, juntamente com o espanhol e o francês, responde aos alinhamentos estratégicos do Ministério dos Negócios Estrangeiros para avançar no mundo globalizado.”
Nseng Esono assegurou que se trata de “romper com o isolamento que tanto tem prejudicado a Guiné Equatorial nas relações internacionais tradicionais.”
O francês foi o idioma que a Câmara de Representantes aprovou como segunda língua no país, em setembro de 1997, dentro do “contexto das relações internacionais da Guiné Equatorial” e para sua “integração completa”, numa zona de África maioritariamente francófona, segundo justificou o Presidente guineense, Teodoro Obiang.
O francês é o “idioma de trabalho” desde a integração do país, em 1985, na União Aduaneira e Económica dos Estados da África Central (UDEAC), actual Comunidade Económica e Monetária da África Central (CEMAC) e ao Banco dos Estados da África Central (BEAC), duas instituições apoiadas pelo Governo de França.
A Guiné Equatorial ambiciona trocar o estatuto de observa-dor na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa por membro de pleno de direito.