O Benfica preparou o início do campeonato ao ritmo da Champions. Defrontou uma defesa bastante sólida e um Nápoles venenoso na transição defesa-ataque.
No San Paolo, os encarnados encontraram uma equipa superior em quase todos os as-pectos do jogo. Sobretudo em organização, intensidade e inteligência. Por tudo isto, a derrota que fecha a pré-temporada foi lógica.
Esta é uma derrota diferente daquela frente ao São Paulo, do Brasil, para a “Eusébio Cup”.
Os italianos estão milhas à frente do futebol dos paulistas, são um adversário fortíssimo e de muita qualidade para qualquer equipa.
Foram-no em demasia para este Benfica que no San Paolo jogou à Champions. Por isso, há ilações a tirar, embora relativas, porque ainda é a pré-temporada.
A entrada dos encarnados foi boa. Jesus quis a equipa a pressionar alto, junto aos centrais contrários.
Pressionar alto e sempre. E um dos problemas terá passado por aí. Quando o Nápoles passava a primeira linha de pressão, o Benfica estava demasiado estendido no relvado.
Ou seja, havia sempre espaço para os médios dos italianos. A zona frontal esteve muitas vezes aberta. E quando os laterais fechavam mais a meio, lá ia a bola para um dos extremos italianos, com Insigne a destacar-se como o melhor elemento do primeiro tempo.
Do pé direito dele saiu o 1-0. Uma falha dos centrais encarnados. Behrami apareceu entre Luisão e Garay e solto cabeceou para o 1-0 logo aos seis minutos.
Ora, se de um lado o Benfica pressionava muito à frente, o Nápoles preferia fazê-lo a partir da linha de meio-campo.
Na defesa, os encarnados podiam trocar a bola, mas quando tentavam avançar uma linha, ou seja, passar os primeiros homens a pressionar, o Nápoles demonstrou ter excelente organização e retirou espaço aos benfiquistas.
Assim, mesmo que Enzo Pérez e o Gaitán driblassem um adversário, já tinham outro na pressão.
Depois, havia um o outro factor: o contra-ataque. A qualidade do Nápoles viu-se muito por aí: bola ganha e quatro, cinco setas apontadas à área contrária.
Claro, poucas equipas da Liga terão a capacidade para sair da pressão do Benfica co-mo o Nápoles, ou sequer rapidez e ter a habilidade para transitar da defesa para o ataque num piscar de olhos. Mas é um sinal que ainda há fragilidades na equipa de Jesus.
Antes do intervalo, Artur fez um par de defesas a remates de Insigne e Luisão empatou numa bola parada. Um belo golo por sinal.
No segundo tempo, Jesus percebeu o espaço a meio.
Tirou um apagadíssimo Sulejmani e colocou Amorim. O Benfica jogou com três mé-dios centrais, Markovic passou para a direita. O problema: se no primeiro tempo ainda conseguiu colocar algumas bolas no ataque, no segundo perdeu a criatividade, que só voltou quando Djuricic e André Gomes chegaram ao jogo.
Aí, já havia 2-1. Há um novo argentino para resolver no San Paolo e Higuaín marcou ao Benfica, numa cópia do 2-0 na Luz com o São Paulo, e colocou justiça no marcador: os italianos já tinham desperdiçado ocasiões para isso.
Djuricic ainda atirou ao poste, mas estava escrito que a festa era do Nápoles.
O Benfica perdeu, claro, vale-lhe olhar para os erros que uma equipa de Champions lhe faz cometer e relativizar para o jogo da Madeira, aí sim, já com pontos em disputa, e com análises mais definitivas.